Inspiração para muitos jovens e adultos, a literatura de autoajuda caiu no gosto popular no mundo inteiro daqueles que buscam uma mudança de vida por meio de uma leitura que produz uma reflexão.
E foi uma dessas obras que determinou um grande impacto na vida da Karen Caroline, de 21 anos, que, depois de participar de um projeto de leitura dentro do sistema prisional, trocou a vida no cárcere pela sala de aula na Universidade Federal de Rondônia. História de vida que revela o poder transformador da leitura, mesmo dentro de instituições prisionais.
“Minha mãe sempre me dizia que a educação ia me levar em lugares inimagináveis”, lembra Karen. E foi isso que aconteceu. Karen, que cumpria pena no presídio feminino, leu o primeiro livro em 2018 e, desde então, nunca mais parou, o que a ajudou muito nos estudos. Hoje ela já colhe os frutos da mudança de hábito. Trabalha na Secretaria de Justiça do Estado, teve boa pontuação no Enem e conseguiu não apenas progredir para o regime aberto mais rápido, mas, também, ser aprovada no curso de Filosofia da Universidade Federal de Rondônia. “Não tenho vergonha de dizer que um dia eu fui presa. Tenho orgulho de dizer que um dia eu aprendi a sonhar por meio da leitura”, diz.
Projeto do qual a Karen fez parte, Oficina de Resenha é coordenado pelo Tribunal de Contas do Estado em parceria com a Secretaria de Justiça do Estado e com a Vara de Execuções Penais; e acontece em quatro unidades prisionais da capital. Na prática, os apenados que participam leem livros e produzem resenha. Em contrapartida, têm remição de um dia de pena. Desde 2018 foram produzidas 570 resenhas, que se transformaram em quase 2 mil dias remidos.
Experiências de sucesso como essa são apresentadas e discutidas na Jornada de Leitura no Cárcere, que acontece nos dias 5, 6 e 7 de fevereiro, em Brasília, e que será transmitido ao vivo para todo o país. A Jornada é uma iniciativa da Fundação Observatório do Livro e da Leitura, com apoio do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), DEPEN (Departamento Penitenciário Nacional), OAB/SP e Instituto Federal de São Paulo. Em Porto Velho, a transmissão será realizada no Núcleo Psicossocial do Juizado de Violência Doméstica, no Fórum Geral César Montenegro das 13h às 16h30 (horário local).
A jornada é voltada aos que atuam na Administração Penitenciária, Justiça Criminal, educadores e voluntários. Durante o evento, especialistas em leitura e ressocialização vão ajudar a refletir sobre as políticas de leitura no sistema carcerário brasileiro e os novos desafios para os dias atuais e o futuro. “São práticas com resultados importantes e que precisam ser mostradas e apoiadas”, diz a coordenadora estadual do Programa Justiça Presente, do CNJ, Arine Caçador.
A inscrição é gratuita e pode ser feita no link http://observatoriodolivro.org.br/jornada.
Assessoria de Comunicação Institucional