Após os julgamentos regulares dos processos atribuídos à 1ª Câmara Especial do Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia, nessa quinta-feira, 4, do alto de de 38 anos dedicados ao Judiciário e ao povo rondoniense, o desembargador Eurico Montenegro Júnior, o decano da Corte estadual, recebeu merecidas homenagens em sua derradeira participação como juiz de segunda instância naquele órgão julgador. A experiência de quem dedicou tanto tempo ao nobre ofício da Magistratura rendeu-lhe a humildade para agradecer aos elogiosos reconhecimentos feitos pelos pares, representantes do Ministério Público, OAB/RO e servidores que estiveram ao lado do desembargador Eurico por anos. Todos foram unânimes em admitir que o aprendizado e a admiração pelo desembargador e seu legado no mundo jurídico foram cultivados sob a sombra de uma sabedoria simples, ostentada pela timidez característica dos que falam não mais que o necessário para angariar respeito.
O presidente da Câmara, desembargador Gilberto Barbosa Batista dos Santos, inaugurou a homenagem, ao tratar da aposentadoria do colega a quem agradeceu pelos longos anos de serviços prestados ao Judiciário. “Aprendi com sua postura humana e solidária”, afirmou. O reconhecimento também veio do colega Oudivanil de Marins, que destacou as qualidades do homem e do juiz e fez votos de amizade e boa sorte na nova fase da vida que se inicia. Por meio virtual, o desembargador Roosevelt Queiroz Costa rememorou a trajetória indelével do magistrado, a quem, entre outros predicados, disse ter o “DNA forte, infalível, formador de ícones”, numa referência à tradição familiar, pois que, filhos de juiz de Direito, Eurico e o irmão, já saudoso César Montenegro, trilharam na Magistratura de Rondônia trajetórias brilhantes.
O desembargador Miguel Monico Neto ressaltou a sabedoria de Eurico Montenegro para julgar os casos mais intrincados. E ainda a capacidade e honradez com que ocupou por tantos anos o cargo de desembargador e nas demais importantes funções desempenhadas no Judiciário rondoniense. O representante do Ministério Público, procurador Eriberto Barroso, destacou a carreira, o senso de Justiça e o legado de sua postura íntegra e dos julgados, que ao longo do tempo, transmitem o estudo e a dedicação ao Direito que são herança para a comunidade jurídica, ante a maneira justa, equilibrada e sensata a qual o desembargador se manteve durante toda a carreira. O presidente da OAB/RO, Elton Assis, recordou que foi aluno de Direito Constitucional nas aulas ministradas por Montenegro, na Universidade Federal de Rondônia. Reconheceu todo o caminho trilhado pelo magistrado e a maneira sempre afável com que buscou o entendimento para a melhor solução das demandas que se apresentaram durante a vivência judiciária por quase quatro décadas.
As servidoras Cláudia Mariele Sena, que falou em nome dos servidores lotados no Gabinete do desembargador, e Karen Teixeira, coordenadora da 1ª Câmara Especial, responsável pela equipe de organização das sessões de julgamento, também renderam suas emocionadas homenagens ao Decano da Corte, que é a atribuição dada ao mais antigo dentre os julgadores de um tribunal, cujas competências e importância são costumeiras e previstas em lei.
Em nome da família, o advogado Eurico Montenegro Neto falou do pai, do homem e do profissional que foi sua inspiração, pela paixão e dedicação do desembargador, um vocacionado para a Magistratura. “Tenho muito ainda a aprender com o desembargador, agora despido da toga, para ensinar aos netos os exemplos que sempre passou, não com palavras, mas com o comportamento, o qual todos procuram seguir”. A ética e integridade do homem público não se aposentam junto com o julgador, pois, como disse o filho: “pai, o senhor cumpriu sua missão no Tribunal de Justiça e, como a vida continua, esperamos aprender mais e ouvir suas histórias, agora ainda mais próximos”.
Por fim, imagens da trajetória do desembargador foram exibidas aos participantes da sessão, enquanto o decano da Corte agradeceu às homenagens, com sua habitual cordialidade e humildade. “Eu me sinto verdadeiramente emocionado e, às vezes, até convencido das qualidades que os senhores me apresentaram e eu não vislumbro”. E refletiu: “há tempo para todo propósito”, ao reconhecer a chegada da hora da aposentadoria, de partir do convívio dos colegas. Para a família, um pedido: peço perdão por todas as horas que me ausentei do seu convívio. Foi uma boa causa. Deixo o Tribunal orgulhoso da obra que construímos juntos”.
Sob aplausos, a sessão histórica foi encerrada.
Assessoria de Comunicação Institucional