O ano era 1987, quando o advogado paranaense de Astorga, recém-chegado a Rondônia, tomou posse no cargo de juiz substituto e encontrou nas pessoas e no cotidiano rural da comarca de Cerejeiras, naquela época, um ambiente hospitaleiro e familiar. Foi assim que começou a trajetória brilhante de um vocacionado à Magistratura, o desembargador Oudivanil de Marins. Após julgamento pelos pares do processo de aposentaria, recebeu o sim e o reconhecimento dos demais desembargadores, na sessão do Tribunal Pleno Administrativo da Justiça de Rondônia, nesta segunda-feira, 22. Apesar da distância, imposta pelos cuidados necessários, não faltou calor humano e afeto nas declarações que antecederam aos votos, que, por unanimidade, reconheceram a chegada do tempo para que uma nova caminhada seja iniciada pelo desembargador e sua família.
O relator do processo, desembargador Daniel Lagos, proferiu voto favorável à aposentação de Marins, e foi seguido pelos demais, cujos votos gravitaram entre a admiração e o reconhecimento pela maneira discreta e o esmero com que se dedicou por 34 anos à atividade de juiz. Primeiro, no interior do Estado, onde, além de Cerejeiras, também foi juiz da 2ª Vara Cível da comarca de Ji-Paraná, promovido em 1991. Subindo mais um degrau na carreira, em 1995, chegou à Vara da Fazenda Pública de Porto Velho, juízo em que permaneceu por uma década, até ser efetivado como juiz dos Juizados Especiais, que, na época, funcionava na Avenida Jatuarana, na Zona Sul da capital. Em 2012, a chegada ao ápice da trajetória de magistrado, sendo empossado como desembargador, oportunidade em que atuou na 1ª Câmara Especial, nas Câmaras Especiais Reunidas e no Tribunal Pleno.
Características de quem cultiva a sabedoria e a sobriedade, Oudivanil de Marins foi definido pelos pares como um “juiz ideal”, que, agora, com a “missão cumprida” e responsável por um “trabalho invejável”, é reconhecido com a aposentadoria, que, além da satisfação em vê-lo poder dedicar mais tempo à família e outras atividades e aspirações pessoais, também evidenciaram “a falta que fará”, a temperança e calma com que sempre se conduziu na árdua missão de julgar. “Humilde, honesto, justo, preciso, probo, cuidadoso, respeitoso e respeitável”, foram alguns dos predicados dirigidos ao homenageado.
Em vídeo, a trajetória foi rememorada e dentre tantos afagos e agradecimentos a esposa, Luciene Silva Marins, reconheceu no companheiro todas essas qualidades e emocionou a todos ao revelar o amparo e a força do amor que supera todas as dificuldades. Sereno, como lhe é de costume, Oudivanil de Marins agradeceu a todos que lhe foram amigos nessa caminhada, desde os pioneiros de sua primeira comarca, reconhecendo as dificuldades de uma vida pontuada por decisões relevantes, cujos reflexos foram decisivos no destino do Estado, mas das quais jamais se esquivou, por mais duras e difíceis que fossem. Agradeceu aos membros do Ministério Público, em todas as instâncias, da Defensoria Pública e da Ordem dos Advogados.
Em nome dos servidores e servidoras, que ao seu lado militaram em seu Gabinete no Tribunal de Justiça, reconheceu e agradeceu por todos que lhe auxiliaram nesses anos que, somados, representam mais da metade de sua existência, com dedicação exclusiva à atividade judicante, inclusive na Justiça Eleitoral, destacada pelo desembargador. Demonstrou gratidão pelas homenagens recebidas, marcadas pela canção Encontros e Despedidas, de Milton Nascimento.
Ao final, o presidente do TJRO, desembargador Paulo Kiyochi Mori, proclamou o resultado, não sem antes reconhecer a dádiva de conviver com um juiz tão dedicado. Em nome do Tribunal de Justiça agradeceu pelos quase 34 anos dedicados à Justiça e ao povo de Rondônia.
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Assessoria de Comunicação Institucional