A juíza Kerley Alcântara representou a Presidência do Tribunal de Justiça de Rondônia no encerramento da formação de facilitadores em Justiça Restaurativa, ocorrida na Acuda-Associação Cultural e de Desenvolvimento do Apenado e Egresso, dia 23, sexta-feira, na sede da instituição. A formação, que durou toda semana, foi aplicada pela Escola da Magistratura de Rondônia (Emeron), por intermédio da Clínica Escola de Métodos Adequados de Tratamento de Conflitos. O curso foi conduzido pelas assistentes sociais Elivânia Patrícia de Lima e Wídia Suerlândia Marinho Paiva e a psicóloga Luciana Lima Martins, todas analistas do Tribunal de Justiça de Rondônia.
“Quero aqui parabenizar a equipe por conduzir um grupo tão diverso e numeroso. Só o fato de formar 60 pessoas já é uma ousadia, mas tenho certeza que todos se saíram muito bem”, disse a juíza Kerley, ao destacar a importância de se trabalhar o conceito de Justiça Restaurativa. “O que é conflito; como responder aos conflitos dentro de uma outra ótica, com uma nova lente; e ainda o conceito de Justiça de acordo com cada pessoa, do seu universo e de sua identidade. Tudo isso é levado em conta”, destacou a magistrada ao afirmar que os princípios da Justiça Restaurativa são aplicados para resolver os conflitos em todos os âmbitos, inclusive os pessoais. “É uma prática para a vida de vocês. Que apliquem isso no dia a dia, para ter mais leveza, acolhendo dores, sendo pacíficos e amorosos na solução de todos os conflitos”, finalizou.
O público-alvo é formado por reeducandos atendidos pela Acuda, funcionários(as) da instituição, alunos(as) da Emeron na Especialização em Direito para a Carreira da Magistratura (EDCM) e acadêmicos(as) da Universidade Federal de Rondônia (Unir). No final de abril foi realizada uma primeira etapa da formação, com uma sensibilização para apresentar os conceitos de Justiça Restaurativa. Com a segunda etapa, ocorrida agora em junho, a formação foi finalizada.
“É uma dinâmica fantástica, trazida por essa equipe competente que nos municia com ferramentas eficientes para aplicarmos”, disse um dos diretores da Acuda, Rogério Araújo. “Mais que aplicar no outro é preciso entender a técnica primeiramente em você. É olhar os seus conceitos, a sua opinião, seus comportamentos, atitudes, linha de pensamento, o lugares e com que anda. Aí você vai estar verdadeiramente preparado para exercitar a Justiça Restaurativa”, completou.
“Vem ao encontro com a filosofia da Acuda: autoconhecimento transformador. Ficamos muito satisfeitos pela Emeron e o TJ acreditarem em nós”, ressaltou o diretor Luiz Marques, também diretor da instituição.
Para Elivânia Lima, as práticas de Justiça Restaurativa visam modificar a convivência social, tratando de relacionamentos, conflitos e como as pessoas podem conviver. “A Acuda, como tem pessoas privadas de liberdade, é um outro nicho, as pessoas estão aqui cotidianamente e elas também têm seus conflitos, assim como todas as pessoas. O que a gente busca é que essas pessoas possam ver outra perspectiva para lidar com os conflitos, seja no ambiente prisional ou quando voltarem à convivência em sociedade”, afirmou a assistente social.
Assessoria de Comunicação Institucional