Ao todo 1114 atendimentos foram feitos na primeira semana nas comunidades ribeirinhas do Baixo Rio Madeira. 113 foram de algum tipo de serviço judicial oferecido pelo Poder Judiciário, como cobrança, alimentos, guarda, reconhecimento de paternidade, retificação de documentos, entre outros. A maior procura nesta edição foram os casamentos, 22, enquanto o número de dissolução de união estável e divórcio foram apenas 4.

Os casais que buscam o barco da Justiça, geralmente querem regulamentar a união que de fato já existe. Alguns, há vários anos, como Pedro da Silva Couto e Ana Maria Soares da Silva, que depois de 36 anos e 3 filhos, resolveram finalmente oficializar a união no Distrito de Calama.

“Eu já estou numa idade mais avançada, a gente nunca sabe o dia de amanhã, né? Caso eu falte, ela ficará mais segura”, preocupou-se o marido. “Eu sempre quis casar, era meu sonho. Agradeço muito a presença da Justiça Rápida aqui para realizar esse desejo para a nossa família”, disse Ana.

Outra história curiosa ocorreu em Santa Catarina, onde apareceram três casais da mesma família, praticamente um casamento coletivo.  Edilson e Rosimar são pais de Rafael, que se casou com Emili, e tios Crislaine e Samuel, que também se casaram e ainda buscaram o reconhecimento de paternidade da filha. A cada casamento os juízes, na hora de entregar a certidão, aproveitam para celebrar esse momento especial para os casais. No caso da família teve até troca de alianças, com direito a marcha nupcial pelo celular da magistrada Livia Borges Beck, do TJ de Santa Catarina. E ainda com direito a fotos com beijo dos noivos.

Eleitoral

A procura pela Justiça Eleitoral também surpreendeu. Ao todo 239 atendimentos na primeira semana, 182, só em Calama, que ainda enfrentou alguns problemas de conexão de internet, tendo que migrar o serviço para o espaço do Idaron por pelo menos dois dias.

Já com a conexão estabelecida, outro local de destaque pela procura foi Santa Catarina, 42 atendimentos entre transferências, renovações e novos títulos. Segundo Antônio Limoeiro, servidor do TRE, a maioria dos atendimentos é de revisão, ao todo 190. “É louvável essa parceria do TRE com o TJRO para levar cidadania aos lugares mais longínquos”, analisa.

Franciele Carril, de 16 anos, foi fazer o alistamento eleitoral. “Aproveitei para fazer o título, pois já quero votar na próxima eleição”, disse.

Cartórios e tudo aqui

A presença do cartório extrajudicial é fundamental para o cumprimento de atos judiciais. Sobretudo porque muitas ações precisam de documentos para serem realizadas. Ao todo foram 19 certidões, entre casamento, nascimento, retificação de óbito.

No tudo aqui, foram 243 atendimentos, 111 só de segunda via de CPF.

Serviço Médico

Tão procurada quanto os serviços judiciais é o atendimento médico, que graças a parceria com a Secretaria da Saúde enviou uma equipe para acompanhar o Barco da Justiça. Ao todo foram 500 atendimentos, metade foram de consultas médicas. “Atendemos de criança a idoso, de acordo com a necessidade da população ribeirinha. Trazemos, inclusive medicamentos”, explica a geriatra Fabiola Oliveira.

No quinto dia de operação, foi preciso renovar os suprimentos de saúde. O secretário de Estado da pasta, Jefferson Ribeiro da Rocha, acompanhou a equipe de abastecimento de remédios e testes rápidos até o barco da Justiça.

“Nós agradecemos o convite e já nos colocamos à disposição para novas parcerias. Fazer saúde nessa região é um desafio muito grande, por isso reunir forças como foi feito também no Vale do Guaporé”, defendeu o secretário,

Magistrados

Para o juiz Audarzean Santana, que coordenou a operação na primeira semana, é sempre gratificante levar cidadania e garantia dos direitos aos cidadãos das localidades ao longo do Rio Madeira. A juíza Jordana Maria Onochic, assumiu a missão a partir da localidade de Santa Catarina. Empossada esse ano no judiciário rondoniense, ela já participou da Justiça Itinerante na capital, mas é a primeira vez que viaja com a operação fluvial pelo Baixo Madeira. “Para mim está sendo uma experiência muito gratificante trabalhar junto aos ribeirinhos”, disse a juíza, já no distrito de Nazaré.

A JRI segue até o dia 28, quando atende o Distrito de São Carlos.

Assessoria de Comunicação Institucional