Um projeto que iniciou na década de 90 e transformou a vida de cerca de mil pessoas privadas de liberdade, volta a ser desenvolvido com o apoio do Judiciário de Rondônia. Trata-se do espetáculo teatral Bizarrus, que teve sua estreia em 1997 e permaneceu em cartaz por 16 anos, atingindo um público de mais de 150 mil pessoas, 40 mil, só de estudantes, dentro de um trabalho de prevenção à violência. Depois de um hiato de 7 anos, o projeto retorna agora com nova turma, porém com a mesma proposta, a ressocialização por meio da arte.
A peça, montada a partir das próprias histórias dos participantes, após passar por um intenso trabalho iniciado em setembro de 2023, terá na próxima quinta-feira, dia 7 de março, um marco importante: o ensaio geral, que ocorrerá às 14h, na Acuda, Estr. da Penal, Km 5 - Aponiã, sessão que será aberta à imprensa e aos parceiros do projeto: Tribunal de Justiça, Secretaria da Justiça e Acuda - a Associação Cultural e de Desenvolvimento do Apenado e Egresso, um espaço que surgiu a partir de Bizarrus e propõe atividades laborais e terapêuticas para a real transformação de quem cumpre pena.
Grato por participar do projeto, Emerson Silva explica sua percepção a partir do trabalho de montagem da peça. “Não envolve só o teatro é um trabalho terapêutico também. De cura para nossas almas, para nossos espíritos”.
“Já fizemos o reconhecimento técnico do espaço cénico, agora faremos o primeiro ensaio geral no teatro, o que trará confiança para a estreia de Bizarrus, prevista para 25 de abril”, contou o diretor Marcelo Felice.
Montagem
A montagem da peça começou cinco meses antes, com as audições dentro das próprias unidades prisionais. A equipe técnica fez uma audição, na qual dezenas de reeducandos se submeteram aos testes, em que foram analisados aspectos como aptidão corporal, voz e jogos dramáticos.
Na seleção a equipe chegou a 27 nomes, com resultados surpreendentes. O grande mérito do projeto é tirar de quem está privado da liberdade o talento e a disposição para encenar uma peça teatral.
O processo seguiu depois na Acuda, onde foi possível montar duas turmas, com possibilidade de elenco substituto. “O espetáculo leva uma reflexão para os jovens. Nós podemos transmitir para eles uma percepção de vida diferente, em que não vale a pena entrar para esse mundo da criminalidade”, opinou Bruno Rodrigues, um dos novos atores de Bizarrus.
Tanto o espetáculo quanto o modelo de ressocialização construído por pela Acuda, tem o apoio do Tribunal de Justiça de Rondônia, que por meio do GMF, Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e da VEP, Vara de Execuções Penais de Porto Velho, busca alternativas para uma efetiva ressocialização de quem cumpre pena.”
“Este projeto tem dado muitos frutos positivos. Tenho certeza que será novamente exitoso e desejo que se prolongue por muito tempo em face de sua especial qualidade. Quem viu Bizarrus não esquece”, finalizou Sérgio Willian Teixeira, juiz da Vepema e membro do GMF.
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Assessoria de Comunicação Institucional