Uma cerimônia, realizada em Brasília, com magistrados(as) de todo o país, marcou a posse da nova diretoria do Colégio de Coordenadores da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário Brasileiro – Cocevid, que tem em sua presidência o desembargador do Tribunal de Justiça de Rondônia, Álvaro Kálix Ferro. A solenidade foi na Associação dos Magistrados Brasileiros.
A vice-presidente administrativa da AMB, Julianne Freire Marques, abriu a cerimônia e convocou todos a se unirem. “Os números de violência ainda são assustadores. Na AMB, estamos dispostos e prontos a atender vocês para caminharmos em busca de um mundo melhor para as mulheres”, afirmou.
Em um discurso emocionado, o presidente destacou o papel do Cocevid no enfrentamento a essa realidade. “É muito importante a ocupação de espaços e o Colégio já sedimentou o terreno com várias iniciativas. Porém, os números ainda são estarrecedores. Precisamos, também, nos aproximar de contextos e vivências de algumas comunidades, como as mulheres ribeirinhas, da floresta, quilombolas, indígenas. É preciso facilitar o acesso aos direitos humanos a todas as mulheres, afirmou.
Álvaro Kalix, que está à frente da Coordenadoria de Mulheres em situação de violência doméstica do TJRO, tem vasta atuação com iniciativas reconhecidas nacionalmente como os projetos Maria no Distrito, que venceu no ano passado o prêmio Viviane Amaral, além dos projetos Maria Urgente e Projeto Abraço.
O desembargador agradeceu o apoio das Coordenadorias da Mulher em situação de violência e enalteceu parcerias que buscam efetivar direitos. “Contem com a nossa inquietude diante desse estado de coisas que ainda persistem contra nossas meninas e mulheres. Contem com o amor que temos a esta causa, que nos faz brilhar os olhos desde o amanhecer ao anoitecer”, destacou o magistrado, em discurso de posse.
Nova gestão
Eleita por aclamação em 2023, durante a reunião do XV Fórum Nacional de Juízas e Juízes de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Fonavid), no Rio Grande do Sul, para a gestão de 2024, a comissão tem como Vice-Presidente a Desembargadora Nágila Sales Brito do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA); 1ª Secretária - Teresa Germana Lopes de Azevedo do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE); 2ª secretária - Juíza Teresa Cristina Cabral Santana do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP); Tesoureira - Desembargadora Maria das Graças Pessoa Figueiredo do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM); Suplente da 1ª Secretaria - Juíza Ana Graziela Vaz de Campos Alves Côrrea do Tribunal de Justiça do Mato Grosso (TJMT) e Suplente da 2ª Secretaria - Juíza Cirlene Maria de Assis do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO).
A conselheira do Conselho Nacional de Justiça e ex-presidente da AMB, Renata Gil, compôs a mesa de cerimônia do evento. No discurso, ela afirmou que o CNJ vai inaugurar um projeto modelo para atender as meninas e mulheres que estão sofrendo violência na Ilha do Marajó, no Pará. “A ideia é utilizar os postos que já estão na ilha e levar a Justiça Itinerante neste atendimento. Será uma força-tarefa de 12 meses”, afirmou. Para a Magistrada, “a virada em relação aos números de violência doméstica está na mão das coordenadoras, o importante é que as ações cheguem na ponta”.
A representante do Ministério das Mulheres, Aline Yamamoto, destacou a atuação fundamental do COCEVID no enfrentamento das violências entre as mulheres. “Só é possível avançar a partir da atuação integrada”, afirmou.
A presidente da gestão anterior do Colégio de Coordenadores, Desembargadora Ana Lúcia Lourenço, apresentou as realizações do grupo em 2023. Entre os destaques, a participação dos Coordenadores em operações das forças de segurança. “Foram plantadas muitas sementes. Nossa meta é fazer parcerias para dar ainda mais visibilidade ao tema”, concluiu.
Cocevid
O Colégio de Coordenadores da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário Brasileiro (Cocevid) foi fundado em 2018 e tem como objetivos aperfeiçoar a Política Judiciária Nacional de enfrentamento da violência contra as Mulheres pelo Poder Judiciário; estimular os(as) seus(suas) integrantes pela troca de experiências e conhecimento; uniformizar os métodos e os critérios administrativos e judiciais, bem como os projetos e práticas implementadas, observadas as peculiaridades regionais.
Programação
A cerimônia contou também com a palestra da professora Alice Bianchini, com o tema "Violência e desigualdade de gênero: fenômenos que se retroalimentam". Segundo ela, a desigualdade precisa ser combatida em todas as frentes. “Um ponto em comum é a vontade de mudança, essa dedicação, essa seriedade de todos que atuam com esse tema tão sensível. A gente precisa ter vergonha desses números, dessa violência absurda”, disse. À tarde houve reunião de trabalho da comissão executiva com as demais coordenadorias dos Estados.
Assessoria de Comunicação Institucional