Uma comitiva convocada pelo juiz da Vara de proteção à infância e juventude de Porto Velho, Flávio Melo, e prontamente atendida pela promotora Yara Travalon Viscardi e a defensora pública Flávia Albaine Costa, visitou, no início da semana, a Escola Especial Abnael Machado de Lima, que atende alunos com vários tipos de deficiência em Porto Velho. Os representantes dos órgãos do sistema de Justiça verificam, no local, a situação da escola, que hoje é considerada fora do padrão exigido pela Lei, que prevê a inclusão desses estudantes no sistema de público regular.
“É uma situação transitória, mas necessária, para garantir acesso à educação a essas pessoas de diversas idades, com necessidades específicas e atenção individualizada”, admitiu a diretora Juliete Costa, que demonstrou a importância de todos se debruçarem sobre a questão para derrubar os preconceitos.
A comitiva conheceu o espaço físico da escola, que tem prédio alugado pela Seduc- Secretaria de Estado da Educação. Verificaram, por exemplo, que falta uma sala de atividades multifuncionais, o que traria uma melhor qualidade no atendimento aos estudantes. O mesmo para a sala de artes que, hoje está repleta de materiais, mas tem pouco espaço para que os alunos possam expressar suas habilidades artísticas.
A vertente criativa dos estudantes, foi, aliás, a motivadora da visita. É que um grupo de autistas (TEA) participou na oficina de arte no CCDH- Centro Cultural e de Documentação Histórica do Judiciário, atividade que contou com a presença do juiz Flávio Melo, que é pai de filhos com o espectro autista e tem atuado bastante na causa.
“Nos sentimos honrados de recebê-los no lugar que é a extensão da casa da Justiça. A escola tem um papel social que consiste também em levar todos para dentro de espaços para desfrutar do conhecimento, da arte e da cultura. E nada melhor do que um momento como esse para receber o grupo maravilhoso, tão bonito, alegre, natural e espontâneo”, disse o magistrado, que ocasião oficializou a visita, se comprometendo a sensibilizar também a Defensoria e o MP.
Transporte
Uma das dificuldades mencionadas pelos professores e profissionais da escola é a falta de transporte adequado aos alunos, situação que está em vias de ser resolvida com a aquisição de uma van, pela Seduc, que pode dividir as turmas em zonas diferentes da cidade, agilizando o tempo de trânsito e trazendo maior conforto aos estudantes, alguns com dificuldade de mobilidade.
Corpo técnico dedicado
A comitiva observou também a dedicação de professores e do corpo técnico, que encaram o atendimento aos estudantes especiais como missão. Geralmente são pessoas vocacionadas e dedicadas ao trabalho que exige atenção redobrada devido às especificidades do atendimento.
“A vinda de vocês só nos trazem mais combustível para continuar nosso trabalho, que muitas vezes não é enxergado pela sociedade. Precisamos transformar a maneira como a sociedade vê a pessoa com deficiência”, disse uma das professoras
O juiz retribuiu as palavras de agradecimento. “O cuidado não é apenas uma decisão para conceder um medicamento. Temos de ir além do processo como fazer uma visita como essa, levantar as informações, buscar o trato com o executivo. Assim, procuramos melhorar as condições para todos”, finalizou o magistrado.
Assessoria de Comunicação Institucional