Durante o período de mobilização nacional pelo fim da violência contra a mulher, os 21 dias de ativismo, uma programação realizada pelo Comitê Interinstitucional de Equidade de Gênero, Raça e diversidade, do qual o Tribunal de Justiça é membro, destacou os principais desafios que as mulheres ainda enfrentam nos dias atuais para terem seus direitos respeitados. O Seminário Mulheridades reuniu discussões acerca de capacitismo, feminismo, igualdade racial e gênero, entre outros temas. Palestras e oficinas foram realizadas no auditório do Ministério Público do Estado e na Escola da Magistratura de Rondônia. As palestras foram transmitidas ao vivo no canal do MP no Youtube.
A abertura teve a participação de instituições membros do Comitê, que tem ainda o MPRO, o Ministério Público do Trabalho. Pelo TJRO, compuseram a mesa de abertura, a juíza Miria Souza, membro do Comitê, além da psicóloga da Coordenadoria da Mulher, Aline Dantas. “Precisamos falar sobre gênero, raça e diversidade. É importante que tenhamos essa visão conjunta, pois uma coisa atravessa a outra”, ressaltou a magistrada. Já Aline Dantas, lembrou do enfrentamento aos diversos tipos de violência contra a mulher. “Quando nos propomos a limpar as lentes e observar as questões de gênero, também precisamos ver que dentro dessas questões que estão relacionadas às mulheres, temos mulheres que têm ainda um acesso mais dificultoso relacionados às políticas públicas”, pontuou.
A procuradora do Trabalho Camila Holanda evidenciou que além das questões tratadas no seminário, é preciso lembrar as dificuldades que as mulheres enfrentam em seus ambientes de trabalho, que enfrentam barreiras, desafiam a equidade e comprometem a dignidade humana. “As disparidades salariais persistem, as oportunidades muitas vezes são limitadas e o peso das expectativas sociais recaem de maneira absolutamente desproporcional sobre as mulheres”, concluiu.
A promotora de Justiça Flávia Shimizu, que é membra do Comitê, lembrou a importância das discussões mantidas pelo comitê, de forma permanente, e não apenas pontual. “Muito se fala sobre os desafios enfrentados pelo ser mulher durante do dia de internacional em março, mas é necessário debatermos o direito das mulheres em todos os momentos possíveis do ano, em todas as oportunidades”, defendeu.
Palestras
A abordagem sobre capacitismo ficou à cargo da servidora do Tribunal de Contas do Estado, Rossilena Marcolino, que trouxe sua experiência pessoal, de pessoa com deficiência, para chamar a atenção sobre o tema. Rossilena fez um histórico sobre os direitos da mulher e trouxe dados sobre pessoas com deficiência no país, sendo muitas realidades, invisibilizadas pelo preconceito. Ao relatar suas conquistas, destacou o potencial das pessoas com deficiência. A palestra relatos de participantes foram compartilhados.
A filósofa Rita de Cássia Fraga Machado, idealizadora do movimento “As pensadoras”, fez um resgate histórico sobre como obras clássicas, e que ainda são conceituadas, contribuíram para uma visão patriarcal e machista da sociedade. Por meio virtual, a escritora Carla Akotirene, assistente social e escritora da coleção feminismos plurais trouxe contribuições ao debate sobre os direitos da mulher sob a perspectiva de raça.
Oficinas
No período da tarde, as discussões avançaram durante duas oficinas promovidas na Escola da Magistratura de Rondônia, com os temas capacitismo e assédio.
Assessoria de Comunicação Institucional